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  • Foto do escritorLidia Ferreira

Agosto Lilás - O Mês de Conscientização Pelo o Fim da Violência Contra Mulher.


No dia 7 de agosto de 2006 a Lei Maria da Penha entrou em vigor e por isso durante todo o mês vários eventos marcam a conscientização da valorização da mulher poder viver de forma segura garantida pela a lei. Muitas iniciativas a serem criadas ainda são necessárias; tanto do Estado tanto quanto da sociedade; para que realmente possamos desfrutar dos direitos básicos que constam, inclusive na constituição. No entanto o que continuamos vendo é o aumento absurdo do número de casos de violência contra a mulher e a falta de medidas concretas que protejam e garantam, tanto a segurança, quanto o bem estar de todas nós.


O quê significa conscientizar-se?


Falar sobre conscientização se tornou algo bastante comum nos últimos anos. Conscientizar é refletir sobre um determinado assunto após receber uma informação nova e com isso ter a chance de mudar de atitude ou de opinião. Conscientizar é então o ato de se tornar ciente, quando a mente abre para receber uma informação que pode ter um impacto de transformação pessoal ou até coletiva.


Somente através da informação é que podemos perceber o quanto somos afetadas no nosso dia a dia mesmo que indiretamente. Quando uma mulher sofre uma violência, seja ela física ou verbal por exemplo, toda a sociedade sofre as consequências também. Quando uma mulher não tem o direito à segurança garantido ou ela é violada desse direito, todas nós sofremos também. Um dos motivos pelo o qual sofremos é porque a cada caso de violência contra a mulher mais aumenta a capacidade e até mesmo a chance de não sermos protegidas. Se sua colega de trabalho sofre uma agressão, suas feridas e traumas nos atingem também, pois ela passa a viver acuada e com medo enquanto luta contra a dor interna de ter sofrido tal agressão. Quando uma menina sofre uma violência sexual, seja de quem for, todas as nossas meninas e meninos também sofrem, já que essa continua a participar das atividades e dos ambientes em comum que também frequentamos, além do agressor que poderá fazer mais e mais vítimas, até nos atingir diretamente. Com a propagação da #violência, passamos a ter uma sociedade doente em todos os aspectos: doentes da alma, do emocional, além do físico também. Pessoas feridas emocionalmente não produzem corretamente além de perderem a capacidade de confiar e de se entregar aos relacionamentos de todos os tipos. Uma menina que sofre calada dentro de casa do abuso de um membro da família, não tem condições de confiar em ninguém, já que ela não possui alguém que possa garantir a segurança dela nem mesmo dentro do local onde deveria ser o mais seguro do mundo, o lar.



O que podemos fazer para mudar a nossa sociedade e garantir o direito da mulher?


Cada uma de nós temos o poder de fazer a mudança. A mudança inicia justamente nesse processo de conscientização. Assim como não é possível haver mudança somente levantando a bandeira de Black Lives Matters (Vidas Negras Importam) sem se conscientizar sobre o sistema que promove o racismo e como os brancos são beneficiados através do “#privilégio” por causa do tom de pele, mesmo que estes não sejam racistas. A mesma relação está para com a compreensão de como o sistema machista e injusto gera mais condições do aumento da “#força” dada a todos os homens contra as #mulheres, mesmo aos homen que não são violentos. Ou seja, é necessário que façamos parte da mudança para que todos possamos ter direitos iguais, com o mesmo nível de oportunidade. O homem não pode ter mais direito que a mulher de: andar por onde desejar, frequentar o lugar que quiser, usar qualquer vestimenta, falar o que tiver vontade, expressar seus sentimentos, alcançar os cargos que são capazes, se relacionar com quem escolher, da mesma forma em que os negros devem ter as mesmas condições e oportunidades. Não é a cor, não é o #gênero, não é a classe ou condição social que nos definem. Não são os direitos dos negros ou das mulheres, são direitos de todos nós seres humanos, uma única raça, o mesmo direito para todos.


A mudança também passa pelo o ámbito da escolha. Escolher mudar, escolher lutar pela a mudança é fundamental. Tomar conhecimento de algo não leva alguém necessariamente a mudança, se fosse assim, todas os fumantes desistiriam de fumar após receberem a informação de que o fumo pode provocar várias doenças e até levar a morte. Escolher mudar de #atitude requer também coragem e força e nem sempre é possível fazer isso sozinha. Por isso vivemos em #sociedade, pois necessitamos um dos outros. Eu preciso de você que está lendo e você precisa do apoio de todas nós mulheres.


A conscientização gera mudança de atitude que promove em nós o desejo de expressar os nossos sentimentos que nos leva a usar a nossa voz em defesa de todas nós. A palavra tem muito poder, por isso a violência verbal é uma das mais perigosas pois destrói a identidade da sua #vítima. Quando reconhecemos o poder da nossa voz e usamos para o bem, produzimos inúmeros sentimentos positivos que transformam vidas mesmo quando não nos damos conta. Quando foi a última vez que seu trabalho foi reconhecido por alguém? Como foi que você se sentiu ao receber esse elogio e de que maneira você reagiu a esse elogio? Quando dizemos que estamos apoiando alguém causamos uma reação até mesmo no subconsciente dessa pessoa que se encoraja sabendo que ela não está sozinha. A nossa voz tem uma ação cognitiva no cérebro pois pode influenciar o comportamento de alguém devido o papel na construção das nossas crenças, dos nossos pensamentos, expectativas, valores, emoções, relacionamentos e etc... Acontece uma mudança química na nossa mente quando recebemos uma palavra, tanto positiva quanto negativa.

Precisamos então, aprender a usar a nossa voz para o bem comum, não somente para os nossos interesses, mas se estamos sujeitas a sofrer ou a nos beneficiar com tudo que acontece ao nosso redor, é necessário canalizamos a nossa voz de maneira que possamos contribuir para a transformação do mundo, mesmo que de forma indireta.


É necessário também que venhamos a nos unir. Seja você a ponte que ultrapassa a barreira do tempo deixando algo poderoso e bom para as gerações futuras. Aquilo que fazemos que possui um significado especial pensando no crescimento e na fortificação do próximo pode ser muito mais precioso do que qualquer bem financeiro ou reconhecimento. Escolha ser conhecida como alguém que está construindo um legado transformador para as próximas gerações, para isso você não precisa ser alguém “importante”. Seja quem for, você possui o poder de influenciar a vida de alguém. Crie oportunidades, mesmo que pequenas, para que outras mulheres outras meninas possam usar do direito de serem quem são e de impactar o mundo de forma que possamos viver em um mundo sem violência e sem injustiça.


Conscientização + ação + escolha + participação + uniao = #justiça


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